Quebra gelo para sua célula
Não, você não leu errado. Se o título te chamou até aqui então peço que não pare de ler, por favor. Quem sabe não haja alguma reveladora verdade aqui que mude seu dia?
Hoje minha mãe não deixou nada preparado para o almoço - salvo uma panela cheia de arroz gelado. No intuito de matar a fome, me ocorreu de fazer algo simples e rápido: uma Omelete.
Até aí tudo certo. Fui pra cozinha, peguei o prato, os ingredientes (o ovo, principalmente) e comecei o trabalho. Quebrei o ovo, separei a clara no prato e comecei a 'bater'.
Sempre achei que jamais conseguiria bater uma clara. Já havia tentado antes e a coisa não funcionava, simplesmente. Então comecei a lembrar, não sei por qual motivo, do que dissera meu pastor certa vez:
'O cristão é como uma clara de ovo: quanto mais apanha, mais cresce.'
Ri por dentro e comecei a tentar comparar o processo de preparo do Omelete à vida Cristã. Encontrei verdades surpreendentes que senti vontade de compartilhar com todos os meus amigos do Facebook, cristãos ou não.
O primeiro passo, como já antes dito, foi bater a clara. Bati incessantemente e, no início, vi pouco resultado. Isso era devido, é claro, à minha inexperiência. Todavia, acima da inexperiência prevaleceu a força de vontade.
Bati, bati e bati até começar a ver a coisa crescer. Era o primeiro resultado. Lembrei então que a caminhada Cristã sempre começa com pouca experiência, mas com muito vigor e com resultados claramente perceptíveis a curto prazo. Continuei a bater.
À medida que batia, porém, meus braços cansavam. Depois de algum pouco tempo parecia que não estava obtendo resultado algum porque o negócio simplesmente não 'crescia'. Então pensei em parar pra descansar, mas não podia ou todo meu esforço iria por água abaixo e a Omelete iria 'desandar', como diz minha mãe.
Lembrei-me então que, na nossa jornada com Cristo, chega uma hora em que nem tudo parece tão mágico. O nosso trabalho parece ser enfadonho, repetitivo e cansativo. Nossos braços já não aguentam tanto assim, mas nós simplesmente não podemos parar. Temos que prosseguir ou perderemos aquilo que com tanto carinho nos foi entregue.
Depois de perseverar em fazer aquela Omelete crescer - tornou-se pessoal, aliás, um desafio para mim mesmo -, chegou uma hora em que não aguentei mais. Olhei para a situação e resolvi consultar minha tia que mora ao lado afim de saber se o tamanho atual da massa era suficiente. Perguntei se estava bom e fiquei surpreso ao saber que, segundo ela, já tinha 'passado do ponto'.
Mais uma vez me veio à mente que é assim mesmo que acontece. Trabalhamos e trabalhamos além dos nossos esforços para fazer o melhor, mas esquecemos que, em determinado momento, nosso esforço já não vale de nada. Devemos descansar e saber que é Cristo quem trabalha por nós até mesmo enquanto estamos dormindo no aconchego de nossos travesseiros.
Pus os ingredientes junto à massa - que agora já estava pronta - e levei ao fogo. Os ingredientes podem ser dos tipos mais variados. Se você tem queijo em casa, pode colocá-lo. Se tiver orégano, pode colocá-lo. Se tiver presunto, pode acrescentar também.
Essa variedade de combinações nos mostra que todos nós temos ingredientes diferentes, características especiais dadas pelo próprio Deus. Sua Omelete pode não ser igual à minha, mas certamente terá um sabor especial e, melhor que isso, um sabor próprio.
Depois de algum tempo no fogo, era chegada a hora de virar a Omelete na frigideira. Quando tentei fazê-lo, a massa cozida de um lado só acabou se despedaçando um pouco ao passo que eu notava o lado cozido um pouco escurecido, pois havia ficado tempo demais no fogo. Por sorte aquilo não interferira no sabor.
Olhei para a Omelete e vi que ela estava feia. Provei-a e vi que estava saborosa. Notei, então, que não importam as aparências. Não precisamos mostrar que somos perfeitos e que temos uma vida exemplar diante de Deus para as pessoas. Não adiantaria, também, que a Omelete estivesse aparentemente saborosa, mas crua e sem sal por dentro, totalmente sem gosto. Não importa como as pessoas vêem a sua caminhada com Deus, mas sim o quanto você tem intimidade com Ele.
Com tudo terminado, tomei a minha Omelete e a pus no prato junto do arroz já não tão frio e um pouco de farofa pronta. Não é o prato mais perfeito do mundo, à primeira vista, mas olhe o que é mais surpreendente: Se a sua Omelete (simbolizando a caminhada com Deus) estiver gostosa, o arroz frio e a farofa seca (que simbolizam as adversidades da vida) pouco farão diferença. A delícia da Omelete é o que salva o prato, no fim de tudo.
Como conclusão, pude aprender que nosso Omelete dará certo se nos empenharmos nele, mesmo com inexperiência. Basta um pouco de esforço no momento certo e descanso também no momento mais apropriado. De igual modo, a caminhada com Deus irá sempre requerer de nós força de vontade para prosseguir, mas também temos de saber que o que fizemos até certo ponto já é o bastante e o resto fica nas mãos de Deus. Não precisa de receita, precisa de prática.
E você? Está disposto a fazer um Omelete?
Por: augusto esteves
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